sábado, abril 30, 2011

A Modernidade Fracassou - por Eliakim Ferreira

Para muitos, a modernidade é um projeto que fracassou. A modernidade prometeu a emancipação e entregou-nos a alienação.
Para alguns, o projeto moderno  não fracassou, pois ainda não cumpriu sua missão. Para outros,  fracasso é intrínseco à própria modernidade.
Abaixo um texto do colaborador desse BLOG Eliakim Ferreira Oliveira acerca dessa temática.

A Modernidade Fracassou


"A História é um pesadelo do qual tento acordar."
James Joyce (1882-1941), o maior romancista irlandês do século XX.

Este quadro organizado e tipicamente civilizado, onde a praticidade era o motor do desenvolvimento, tendo como combustível uma prepotência íntima e dissimulada, ao qual chamamos Ocidente, está por fim se desmoronando. No passado, o Ocidente era inexpugnável, a ciência, infalível; o capitalismo, ao certo, confiável, com peculiar grau de crueldade, é claro, mas ainda sim disposto e preparado. Contudo, ocorre, em 2001, como sabemos, o 11 de Setembro, tendo as torres desabado em concretos de moralina, e deixando a luz do sol incidir sobre a insígnia puritana e imperialista. Posteriormente, encontramo-nos num beco sem saída do Iraque e do Afeganistão: as guerras providas do nada... Disso observamos também que os Gênios Ianques, Srs. de Wall Street, eram um emaranhado de larápios que destruíram a vida de milhões e arrebentaram as finanças do ocidente.
Atualmente, vemo-nos diante dos cataclismas do Japão; a ciência invencível, aquela mesma que devastou Hiroshima e Nagasaki, consome a terra do desenvolvimento, o exemplo de progresso da humanidade. O pavor pré-histórico que tínhamos renasce, posto que já não possuímos o controle que queríamos ter sobre a Natureza. Haiti, Nova Zelândia, deslizamentos no Rio de Janeiro. Por nossa arrogância, estamos hoje ajoelhados diante da força da Natureza.
Sim, é isso mesmo que concluíste: a Modernidade falhou; os modelos de avanço falharam; a racionalidade falhou, pois teve que compartilhar espaço com o mais puro subjetivismo e devaneio humanos...
Quiçá, em anos anteriores, tivemos os mesmo sintomas otimistas do final do século XIX e início do século XX: vivíamos numa Belle Époque contemporânea, esta provida do pseudo-progresso e da "belíssima tecnologia". Os mais vis sentimentos perante o futuro: progressos não nascem de castelos pendurados sobre o nada.
Todavia, quem sabe?, tais fatos nos aproximam mais da essência humana - salientando-se que errar é humano... E somos apenas "humanos, demasiados humanos", como dizia um filósofo bigodudo alemão chamado Friedrich Nietzsche.

Eliakim Ferreira Oliveira é estudante da primeira série do Ensino Médio,  matriculado no Colégio Santa Maria.

Nenhum comentário: