quinta-feira, setembro 16, 2010

A nova classe média



Mudança e Mobilidade Social  

A mobilidade social é um campo de estudo  da sociologia bastante usado para a compreensão das formas pelas quais os diferentes grupos humanos diferenciam os integrantes de uma mesma cultura. De forma mais específica, a mobilidade tem a importante  função de pensar as vias e possibilidades de troca, ascensão ou rebaixamento que um determinado indivíduo possui no meio em que estabelece suas relações
Em algumas sociedades a questão da mobilidade é tida como inexistente, principalmente naqueles casos em que a posição de um indivíduo é preservada ao longo de toda a sua existência. Na ausência de mobilidade, alguns estudiosos costumam classificar uma sociedade como estratificada. Um dos mais reconhecidos exemplos utilizados para esse tipo de situação é observado no interior da sociedade feudal (veja mais nesse blog), na qual clérigos, nobres e servos dispunham de uma mesma posição ao longo da existência.
Na era moderna, a disseminação dos valores liberais transformaram o conceito de mobilidade social em uma meta política para as nações guiadas por princípios democráticos. Os números de desenvolvimento social e econômico enxergam na mobilidade ascendente um claro indício do acúmulo e distribuição mais justa da riqueza entre a população.
No Brasil,  a partir da segunda metade do século XXI,observa-se na sociedade brasileira o aumento do consumo nacional, junto com o acesso de enormes contingentes sociais que até então não tinham condições econômicas de ascender socialmente. É também um período de supremacia tecnológica, que passa a ocupar todas as referências cotidianas. Estamos vivendo um período de crescimento econômico combinado com distribuição de renda. Nasce a NOVA CLASSE MÉDIA.
No ano passado, o número de brasileiros com renda entre R$ 1.126 e R$ 4.854 totalizou 94,9 milhões de pessoas e ultrapassou pela primeira vez 50% da população. Esta fatia detinha, em 2009, 46,24% do poder de consumo dos brasileiros, conforme pesquisa da FGV (Fundação Getulio Vargas).
Segundo o coordenador do Centro de Políticas Sociais da FGV, professor Marcelo Neri, o número de pessoas nas classes de baixa renda está caindo, fruto da redução da desigualdade econômica, mesmo na crise financeira. "Em 2003 eram 49 milhões de pobres, sendo que até 2008, 19,5 milhões de pessoas saíram da pobreza", detalha o especialista.
Apesar deste número ser expressivo, a taxa de pobreza caiu apenas de 16,02% para 15,32% nos dois últimos anos. A FGV considera que estão na linha da pobreza as pessoas que sobrevivem com renda mensal de R$ 144.
Para se ter ideia, ainda em 2009, mais de 20 milhões de brasileiros subiram para as classes A e B, de renda maior. As pessoas que se enquadravam nas classes D e E passaram de pouco mais de 96 milhões para 73 milhões de pessoas.
Essas mudanças afetaram o perfil das famílias brasileiras.  Levantamento do IBGE sobre a década de 90 revela um Brasil com famílias menores, mais escolaridade, melhores resultados na taxa de mortalidade infantil e transformações diversas no mercado de trabalho. O país termina o século marcado pela permanência da desigualdade: na década de 90, o rendimento dos 10% mais ricos e dos 40% mais pobres cresceu 38% (passando de 13,30 salários mínimos para 18,40) e 40% (da fração de 0,70 salário mínimo para 0,98), respectivamente, mantendo inalterada a elevada concentração da renda na sociedade brasileira.

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