domingo, setembro 19, 2010

Parceria escola-família

Quando as notas são altas e tudo vai bem, ninguém pensa em discutir a relação. Se o boletim e o comportamento deixam a desejar, começa o jogo de empurra. Professores culpam a família “desestruturada”, que não impõe limites nem se interessa pela Educação. Os pais, por sua vez, acusam a escola de negligente, quando não tacham o próprio filho de irresponsável. Nessa briga – nada saudável –, a única vítima é o aluno. (trecho extraído da revista Nova Escola, jun./jul. 2006, p. 32).



A mudança é visível. Na Europa, por exemplo, quando um professor dá nota baixa a um aluno, é certo que os pais vão aparecer na escola no dia seguinte para reclamar com ele. Há vinte, trinta anos, era o aluno que tinha de dar satisfações aos pais diante do professor. É uma completa inversão. (trecho extraído da entrevista realizada com o psicanalista belga Jean-Pierre Lebrun, “Ensinem os filhos a falhar” à revista Veja em 9 dez. 2009, edição 2.142).

 VEJA – Costuma-se atribuir o mau comportamento dos filhos à falta da estrutura familiar tradicional, como a que ocorre após uma separação. Qual a exata influência que isto pode ter?

JPL – Uma família organizada de forma aparentemente harmônica não necessariamente faz de um jovem uma pessoa capaz de conviver e suportar o sofrimento inerente à condição humana. Esta capacidade pode ser pequena em famílias aparentemente realizadas, com estrutura sólida. Assim como pode ser enorme em uma família conflituosa, dividida, conturbada. Por isso não se deve levar em conta apenas o aspecto exterior da família. O que vale é a capacidade dos pais em fazer os filhos crescerem. De incutir-lhes a verdadeira condição humana. Este é o bom ambiente familiar, independentemente do desenho que a família tenha. 


Uma pesquisa realizada pelo instituto La Fabricca do Brasil, em conjunto com o Ministério da Educação, mostrou que há um desejo explícito por mais intimidade entre escola e família? 77,2% dos pais acham que um bom relacionamento entre as duas partes é raro, mas 43,7% gostariam que a escola promovesse mais reuniões, palestras e encontros para eles. Já 77,2% dos professores de instituições públicas consideram insatisfatória a participação dos familiares, mas 99,5% creem ser de extrema importância um contato mais estreito. (Fonte: revista Nova Escola, jun./jul. 2006, p. 33).

Rosely Sayão considera que " é preciso olhar para esse mundo e pensar qual projeto desenvolver para que as crianças não sejam fatalidades do destino social. A escola precisa ter uma utopia. Caso contrário, não há sentido em sua existência."

Leia como o psicanalista belga, Jean-Pierre Lebrun, estudioso das relações familiares, coloca-se quando entrevistado pela revista Veja.  Para ler na íntegra a entrevista "Ensinem os filhos a falhar" acesse o site.


Recomendações do MEC para que os pais participem do dia a dia de seus filhos:

  • cultive o hábito da leitura em sua casa;
  • ajude seu filho a conservar o livro didático, pois o material servirá para outros alunos futuramente;
  • acompanhe sua frequência às aulas e sua participação nas atividades escolares;
  • visite a escola de seus filhos sempre que puder;
  • observe se estão felizes;
  • verifique a limpeza e a conservação das salas e demais dependências da escola;
  • converse com outras mães, pais ou responsáveis sobre o que vocês observam na escola;
  • converse com os professores sobre dificuldades e habilidades do seu filho;
  • peça orientação aos professores e diretores, caso perceba alguma dificuldade no desempenho de seu filho - procure saber o que fazer para ajudar;
  • acompanhe as lições de casa;
  • participe das atividades escolares e compareça às reuniões da escola (dê sua opinião);
  • participe do Conselho Escolar.



Nenhum comentário: