segunda-feira, novembro 16, 2009

"SEJAMOS O LOBO DO LOBO DO HOMEM....."


A frase acima é de autoria do cantor e compositor brasileiro Caetano Veloso. A frase pertence à canção Língua e é uma paráfrase do pensamento do pensador político Thomas Hobbes. A frase de Hobbes é
"O HOMEM É O LOBO DO HOMEM". Hobbes utiliza essa metáfora para descrever o ser humano em seu estado natural.  Esse estado é um estado extremamente infeliz. As expressões pelas quais Hobbes o descreve são célebres: "Homo homini lupus", o homem é o lobo do homem; "Bellum omnium contra omnes", é a guerra de todos contra todos. Não pensemos que mesmo os homens mais robustos desfrutem tranqüilamente as vitórias que sua força lhe assegura. Aquele que possui grande força muscular não está ao abrigo da astúcia do mais fraco. Este último - por maquinação secreta ou a partir de hábeis alianças - sempre é o suficientemente forte para vencer o mais forte. Por conseguinte, ao invés de uma desigualdade, é uma espécie de igualdade dos homens no estado natural que faz sua infelicidade. Pois, em definitivo, ninguém está protegido; o estado natural é, para todos, um estado de insegurança e de angústia.
Assim sendo, o homem sempre tem medo de ser morto ou escravizado e esse temor, em última instância mais poderoso do que o orgulho, é a paixão que vai dar a palavra à razão. (Essa psicologia da vaidade e do medo é, em Hobbes, uma espécie de laicização da oposição teológica entre o orgulho espiritual e o temor a Deus ou humildade.) É o medo, portanto, que vai obrigar os homens a fundarem um estado social e a autoridade política."
Hobbes era filho de um vigário anglicano que, forçado a deixar o condado por causa de uma briga, abandonou os três filhos aos cuidados de seu irmão.Em 1651, publicou sua obra-prima, o "Leviatã". Carlos I tinha sido executado e Carlos II estava exilado; por isso, no final da obra, tentou definir as situações em que seria possível legitimamente a submissão a um novo soberano.

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5 comentários:

Augusto disse...

Como vi em algum lugar:

"Não sei sobre os Anjos, mas é o medo que da asas aos homens"

Felipe FernaNdeS disse...

Comprei este livro - Leviatã - no sábado anterior à FUVEST. Resta ler, rss...

Professor, Eros e Civilização - de Marcuse - é um livro que trata basicamente do quê? É ainda atual ou já é anacrônico? Recomendaria-me a leitura?

Grato :D

Jorge Miklos disse...

Eros e Civilização é uma obra seminal!!!!!!
Uma análise da condição do homem na sociedade capitalista contemporânea.
Trata-se de uma leitura freud-marxista. Entretanto a teoria de Freud nesse livro foi revista e vigorosamente criticada não por acaso, durante os contestadores anos 1960 por Marcuse.
Ao contrário de Freud, o filósofo sustenta que a civilização é perfeitamente compatível com o exercício da liberdade, para a qual os homens se encontram natural e historicamente qualificados.
Para Marcuse , o atual desenvolvimento técnico e tecnológico, enfim, tornou possível a emergência de uma nova ordem social, na qual a beleza, a liberdade e a felicidade não são noções apenas ilusões, mas fundamentais para o estabelecimento de um outro princípio de realidade essencialmente não-repressivo.

Para o pai da da psicanálise:
“a história do homem é a história de sua repressão”.
A civilização é inseparável da atuação de mecanismos institucionais de contenção a determinadas tendências e impulsos naturais (como, por exemplo, os instintos sexuais), cujo descontrole poderia mesmo resultar no fim da possibilidade de um convívio social ordenado ou pacífico entre os homens.

Marcuse, ao contrário afirma que é possível a harmonia entre o impulso (eros) e a civilização (razão)....

E você Estadista o que pensa?

Felipe FernaNdeS disse...

rs... Estadista? Coloquei este nome em razão de ter-me chamado assim na última quinta-feira ("futuro estadista") - 'apelido' do qual gostei muito, diga-se de passagem. rs..

Pelo que o senhor contou-me, o livro parece, de fato, fantástico! Gosto demais de temas como esse.

Porém, o fato de não conhecer muito sober Freud prejudicaria a leitura da obra?

Jorge Miklos disse...

Prezado Felipe, o estadista!
Marcuse considera um conhecimento prévio acerca da teoria freudiana e da psicanálise, pois é com ele que o debate acontece. Claro que não requer a leitura da oceânica obra de Freud, mas é imprescindível ler um escrito clássico no qual o tema é abordado. Trata-se do livro: O Mal-Estar na Civilização obra em que Freud analisa o modo como a espécie humana sacrificou a vida instintiva e reprimiu a espontaneidade para permitir o progresso social e cultural. É também este o livro em que Freud analisa a origem dos sentimentos de culpa e, de um modo geral, procede à mais completa exposição das suas ideias sobre a história da humanidade.
É com essa temática que Marcuse debate e refuta.
Eu tenho a obra comnpleta de Freud, caso tenha interesse...
forte amplexo