quarta-feira, setembro 30, 2009

Raças e Racismo


É bastante conhecido o fato de que, biologicamente, os seres humanos pertencem a uma única espécie: homo sapiens. É também evidente que a população mundial é variada no que se refere aos aspectos morfológicos: estatura, cor de pele, formato do rosto e do nariz, cor e tipo de cabelo etc. Bastante problemática, porém, é a divisão da humanidade em populações variadas ou raças. Para explicar o porquê de tal afirmação, vamos, primeiramente, lembrar uma definição de raça: “raça são populações, mais ou menos isoladas, que diferem de outras populações da mesma espécie pela freqüência de características hereditárias”.
Para haver de fato uma raça, no sentido puro do termo, é necessário que uma dada população permaneça isolada por longo tempo (dezenas de gerações), durante a qual os cruzamentos ocorram apenas entre indivíduos da mesma população. Isso não acontece na população mundial e,  provavelmente, nunca ocorreu, com exceção, talvez, de habitantes de algumas ilhas e num passado remoto.
Dessa forma, inúmeras são as classificações de raça humana. Alguns autores dividem a humanidade em três raças, outros em perto de vinte, outros, ainda, em mais de cinqüenta. A classificação mais conhecida, o que não significa que ela seja a melhor, é aquela que reconhece três “troncos raciais” ou “raças maiores”: mongolóide (amarela), caucasóide (branca) e negróide (negra). Porém, nenhuma raça humana é pura, pois entre todas elas houve cruzamento.
O conceito de raça é biológico e não deve ser confundido com noções culturais, sociais ou psicológicas. No ser humano, ao contrário dos outros animais, não existem temperamentos próprios de raças. Não se deve empregar o termo “raça” como sinônimo de povo, nação ou grupo lingüístico, como às vezes ocorre. Tanto uma nação ou povo ou grupo lingüístico podem ser constituídas por seres de diversas raças. E, inversamente, uma raça pode estar presente em vários povos (agrupamento de pessoas que vivem num determinado território tendo leis e governo próprios) ou grupo lingüístico (conjunto de indivíduos que falam línguas que têm raízes em comum).
Tendo em vista a dificuldade em empregar o termo “raça” à espécie humana, vários cientistas resolveram substituí-lo por “etnia”. Assim, quando observamos a população de certos países, notamos que ali existem vários grupos que possuem traços comuns (físicos e culturais) e um sentimento de identificação de pertencer ao mesmo grupo. Por exemplo, no caso da população brasileira: os negros, os italianos, os japoneses e outros. Podemos, então, utilizar o termo “etnia” para cada um desses grupos. O termo “raça” não é adequado, pois em cada um desses grupos pode haver várias raças, uma vez que só a cor da pele não é suficiente para caracterizar uma raça, nem a região de origem ou a língua. Todavia, o termo “etnia” não é muito rigoroso, pois nele podem incluir-se tanto grupos de pessoas oriundas de uma certa nacionalidade, como os que têm em comum alguns traços físicos, ou até mesmo uma ou várias culturas. Apesar de não ser muito preciso, o termo “etnia” está sendo utilizado atualmente na maior parte de livros e revistas que abordam este tema e é melhor que “raça”, que ficou muito marcado por preconceitos.

Um comentário:

\/ictor Faria disse...

De agora para o futuro, haverá cada vez mais a migração de povos e a miscigenação de "raças" ou "etnias" (como preferir) sendo que(se não já acontece): toda a espécie humana estará em uma única raça/etnia. Diferindo por costumes locais, cada vez mais influenciados pelo "todo" globalizado, cedendo cada vez mais costumes regionais, e pensamentos milenares. E por parte esses pensamentos se englobam no "todo" para ser parte do mesmo.
O que é até uma ideologia para a paz, já que a descriminação é constiruida por supostas afirmações de que "raças" (termo científico como citado no texto) existem. Nunca haverá uma paz absoluta mas com esse sistema de raça(raça no sentido de:cosutumes, políticas, pensamentos, filosofia) global diminuiriam conflitos preconceituosos, e haveriam apenas os conflitos conceituosos(sejam lá qual forem, mas não partindo da idéia de raça).